Os Estados Unidos da América (EUA) têm centenas de carros da Porsche e da Audi, bem como alguns da Bentley, retidos na alfândega, devido a uma peça de origem chinesa.
Pela potência com que as fabricantes chinesas estão a chegar aos vários mercados, há governos a dificultar a entrada e a criar obstáculos ao seu crescimento.
Numa disputa comercial de vários anos, os EUA impõem uma elevada taxa às fabricantes chinesas que queiram colocar os seus modelos no mercado americano. A BYD, por exemplo, está a procurar formas de contornar essa barreira, ao mesmo tempo que ganha força na Europa.
EUA são implacáveis e retêm centenas de carros devido a uma peça de origem chinesa
O conhecido protecionismo americano, relativamente ao mercado, tem motivado o país a relançar a sua indústria automóvel, aproveitando, para isso, o crescimento dos carros elétricos.
Conhecemos, por exemplo, a Inflation Reduction Act (IRA), que concede vantagens fiscais apetecíveis a fabricantes que produzam em solo americano ou em países com acordos comerciais especiais, como o México ou o Canadá.
Além desta lei e das taxas sobre a importação de veículos chineses, existe outro regulamento. Em vigor desde 2021, a Uyghur Forced Labor Prevention Act veta todos os produtos que incluam, mesmo que de forma residual, qualquer componente originário de algumas regiões da China.
Especificamente, a lei proíbe "a importação de qualquer bem, mercadoria e artigo, produzido ou fabricado total ou parcialmente na Região Autónoma Uigur de Xinjiang, na República Popular da China". Os EUA argumentam que os materiais e componentes são produzidos nesta região por via de trabalho forçado.
Também a ONU - Organização das Nações Unidas alertou para o problema, garantindo que a população é obrigada a trabalhar para multinacionais, no que descreveu como "crimes contra a humanidade".
Quando é detetado algum componente originário de Xinjiang, os EUA paralisam completamente a sua importação, uma vez que essas mercadorias estão proibidas de cruzar as fronteiras do país.
Segundo o Financial Times, a lei está a reter mil SUV desportivos da Porsche, centenas de carros da Audi e alguns Bentley. Conforme partilhado com os clientes afetados - que terão de esperar, pelo menos, até ao final de março para receberem os seus carros com a peça substituída -, a origem do problema estaria "num pequeno componente eletrónico que faz parte de uma unidade de controlo maior, que será substituída".
A mesma fonte aponta que a peça em causa teria vindo de um fornecedor externo ao Grupo Volkswagen (ao qual pertencem as três marcas). Por sua vez, este teria descoberto que outro dos seus fornecedores obtinha alguns materiais da região chinesa de Xinjiang.
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