Pular para o conteúdo principal

A trapaça da Apple no iPhone com USB-C é real

 

A Apple finalmente cedeu às pressões e à regulamentação da União Europeia e adotou o conector USB-C no iPhone 15, “matando” o conector Lightning (finalmente).

A decisão simplifica a vida dos usuários, tornando a conectividade entre dispositivos mais universal e eficiente. O USB-C é um padrão universal que já é amplamente utilizado em dispositivos Android, laptops, tablets, câmeras e uma variedade de outros aparelhos tecnológicos.

Com essa alteração, a Apple alinha seus produtos aos padrões do mercado, permitindo que os consumidores utilizem um único tipo de cabo para a maioria de seus dispositivos.

Mas… nada é tão simples na Apple. Tim Cook sempre tem que complicar a nossa vida de alguma forma.

 

Adaptador superfaturado… pela Apple!

O USB-C carrega a bateria muito mais rápido que o conector Lightning, além de enviar e receber arquivos com melhor desempenho. A comparação é o equivalente do Usain Bolt competindo comigo, um gordo de 44 anos, a disputa dos 100 metros rasos.

O grande problema da mudança está no fato de qualquer usuário do iPhone comprou pilhas e pilhas de acessórios com Lightning ao longo dos anos, e agora estão presos em duas alternativas:

  1. Ou substitui TODOS OS ACESSÓRIOS (sem chance);
  2. Ou usa adaptadores (é de se pensar).

E é claro que a Apple vai aproveitar a oportunidade para capitalizar em cima disso.

No mesmo dia que o iPhone 15 foi apresentado, a Apple lançou um adaptador USB-C para Lightning. O preço? No Brasil, por R$ 349.

Um adaptador desse tipo lá fora de qualquer fabricante alternativo custa bem menos que isso.

Tá, o adaptador da Apple promete ser durável com seu cabo trançado, permite a recarga, transferência de dados e envio de áudio de forma combinada.

 

O Lightning está morto, mas seu espírito é zombeteiro

Outro problema que o iPhone 15 entrega como presente nefasto é a velocidade de transferência de dados. Mais especificamente… o USB-C “capado” do modelo base

Os modelos USB-C do iPhone 15 e iPhone 15 Plus oferecem uma velocidade de USB 2.0, atingindo até 480 Mbps, enquanto os modelos iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max com USB-C entregam uma velocidade de USB 3.2, atingindo até 10 Gbps.

É um abismo de diferença no desempenho. Chega a ser algo obsceno.

E como “cereja do bolo nefasto”, se você usar o cabo USB-C que vem na caixa do iPhone 15 Pro, ele só é compatível com o USB 2.0. Para alcançar os tais 10 Gbps com USB 3.2, você precisa comprar OUTRO CABO… vendido pela Apple, obviamente.

Sério… tem como ser mais filho de um pai caminhoneiro que abandona o filho porque bateu na esposa?

 

Ah, sim, claro… você pode comprar o cabo Thunderbolt 4 no padrão USB 4.0 que entrega até 40 Gbps… que custa A PARTIR DE R$ 729!

O que consola é que você pode comprar os cabos com certificação Apple compatíveis com USB 3.0 que custam muito menos que essa palhaçada institucionalizada por Tim Cook.

Para quem investiu pesado em acessórios com conectores Lightning e pretende comprar o iPhone 15, a vida pode se tornar um pesadelo só por depender de um adaptador. Agora, pense em pagar caro no adaptador da Apple e se sentir preso à empresa, mesmo com o USB-C no telefone.

Com o passar do tempo, isso vai mudar, e eu sei disso. Os fabricantes de acessórios vão se adaptar, e daqui a cinco anos ninguém vai falar desses perrengues da mudança para o USB-C.

Quem sabe até lá os usuários do iPhone se esquecem dessa palhaçada do adaptador USB-C > Lightning a absurdos R$ 329.

Mas neste primeiro momento, tudo o que vejo é a dona Apple sendo carrasca (de novo), e aproveitando a oportunidade para esfolar o cartão de crédito de todo mundo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

“internet zumbi”

 A ascensão do slop, diz ele, transformou a rede social em um espaço onde “uma mistura de bots, humanos e contas que já foram humanos, mas não se misturam mais para formar um site desastroso onde há pouca conexão social”. Nick Clegg, presidente de assuntos globais da empresa-mãe do Facebook, Meta, escreveu em fevereiro que a rede social está treinando seus sistemas para identificar conteúdo feito por IA. “Como a diferença entre conteúdo humano e sintético fica turva, as pessoas querem saber onde está o limite”, escreveu ele. O problema começou a preocupar a principal fonte de receita da indústria de mídia social: as agências de publicidade que pagam para colocar anúncios ao lado do conteúdo. Farhad Divecha, diretor-gerente da agência de marketing digital AccuraCast, com sede no Reino Unido, diz que agora está encontrando casos em que os usuários estão sinalizando erroneamente os anúncios como slop feitos de IA quando não estão. “Vimos casos em que as pessoas comentara...

Cibersegurança: Confiança zero… desconfiança por omissão

  Atualmente, todas as empresas têm presença digital. Embora este facto traga inúmeros benefícios, também acarreta uma série de riscos. Os cibercriminosos estão a encontrar cada vez mais formas de contornar as medidas de segurança e aceder aos dados. Se a proteção não for suficientemente forte, os dados das organizações, dos seus clientes e dos seus parceiros podem ser comprometidos, com consequências terríveis para as empresas. A crescente digitalização, juntamente com a evolução das táticas dos cibercriminosos, está a resultar num aumento dos incidentes de cibersegurança. Esta tendência preocupante é demonstrada no último Relatório de Violação de Dados, realizado pelo Internet Theft Resource Center (ITRC), que regista 2.365 ciberataques em 2023 que afetaram mais de 300 milhões de vítimas. Com este conhecimento, é essencial que as empresas tomem medidas e protejam os seus sistemas para evitar que utilizadores não identificados acedam a informações sensíveis. Só assim será possível...

Apple Intelligence

  O iOS 18.2 trouxe  uma série de novos recursos dentro da suíte Apple Intelligence   e isso também está exigindo mais armazenamento livre nos iPhones, iPads e Macs compatíveis. Conforme as novas diretrizes da Apple, agora  o usuário precisa manter ao menos 7 GB de memória livre  no dispositivo caso deseje usar as funcionalidades de Inteligência Artificial. Ou seja, um aumento considerável em relação aos 4 GB de armazenamento  exigidos anteriormente no iOS 18.1 . A Apple diz que essa mudança é necessária porque muitas das funções de IA são processadas localmente pela NPU Apple Silicon, algo que exige mais espaço de memória. Caso o usuário não tenha os 7 GB disponíveis, ele será impedido de usar a IA para gerar emojis (Genmoji) ou conversar com a nova Siri, que tem o ChatGPT integrado.   Recursos mais "simples", como a tradução ou resumo de textos, também deixam de funcionar. Na prática, usuários que procuram comprar os novos aparelhos da linha  iP...