A procura por veículos leves eletrificados, como carros e motocicletas, bateu recorde em 2022. Segundo dados da Abve (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), as vendas cresceram 41% em comparação ao ano anterior.
O aumento da busca por carros elétricos pega carona na maior demanda por sustentabilidade devido ao potencial de ser menos danosos ao meio ambiente.
É o que mostrou uma pesquisa realizada por cientistas da Ford e da Universidade de Michigan (EUA), publicada em março de 2022 na revista científica Environment Research Letters. Os resultados indicam que veículos eletrificados reduzem em até 64% a emissão de gases de efeito estufa.
A manutenção de automóveis elétricos também é mais simples e barata por ter menos componentes do que os carros de motor a combustão, de acordo com Diogo Seixas, diretor de infraestrutura da ABVE e CEO da NeoCharge, empresa especializada em recarga de veículos elétricos.
Seixas afirma que as baterias são feitas de lítio, elemento associado à maior durabilidade e eficiência no carregamento. Elas estão presentes em dispositivos como celulares, laptops e tablets. A diferença é que, nos veículos, os materiais usados costumam ter mais qualidade, o que aumenta sua vida útil e evita que fiquem viciadas.
As baterias não precisam ser trocadas regularmente, uma vez que podem durar até 20 anos nos carros elétricos, segundo Seixas. O número cai para 15 em motocicletas e 10, no caso das bicicletas. Fatores como construção e composição química fazem com que a durabilidade varie.
Seixas diz que, em média, as baterias perdem cerca de 2% da capacidade por ano. A cifra muda de acordo com o tipo e a marca do veículo, e com cuidados que ajudam a prolongar a vida útil.
Como prolongar a vida útil da bateria?
Uma das recomendações de Diogo Seixas é dar preferência a recargas lentas, com duração entre 6 e 8 horas. Fazer carregamentos por um período maior evita o desgaste por demandar menos energia. Recargas rápidas em eletropostos, feitas em menos de uma hora, devem ser evitadas no dia a dia. De acordo com Seixas, o ideal é usá-las apenas em alguns casos, como em viagens de longa duração.
O motorista também precisa estar atento ao percentual de carga, que deve ficar entre 20% e 80%. Segundo o especialista, os extremos geram maior degradação da bateria, o que pode reduzir a vida útil. Ele sugere que a carga esteja totalizada apenas em alguns casos, como ao realizar trajetos prolongados.
Dirigir com tranquilidade, com menos acelerações e freadas bruscas, é outra maneira de estender a duração da bateria. Isso porque, segundo Seixas, a direção truculenta pode demandar energia além do necessário.
“O ideal é dirigir de forma mais eficiente, econômica e sustentável. Com a condução mais serena, é possível prolongar a vida útil”, declara.
Evitar temperaturas excessivas também é recomendado, já que podem danificar o equipamento. No verão, o especialista sugere que o veículo esteja sempre estacionado na sombra, para que não haja desgaste da bateria.
Cuidado com a instalação elétrica
Em geral, os carregadores incluídos na compra dos veículos podem ser usados na tomada de casa. Mas Seixas diz que é preciso se atentar à instalação elétrica. Puxar uma corrente elétrica acima da projetada para a tomada pode gerar o superaquecimento do carro.
“É preciso verificar qual é a potência do carregador e qual tomada será utilizada. Se a potência não for compatível, terá que ser feita uma troca do cabeamento da tomada”, afirma.
Segundo o especialista, é importante que a instalação seja realizada por um profissional, que vai avaliar o dimensionamento elétrico ideal para o tipo de carregador.
O dimensionamento varia com tipo e modelo do carregador, que depende do veículo. Assim, a instalação para motos, carros e bicicletas tende a ser diferente. Em qualquer caso, é necessário ter um quadro de proteção com disjuntores para evitar acidentes.
Existem ainda opções diferentes, como o WallBox, sistema que carrega com mais potência. Com cabeamento mais robusto, os WallBox oferecem recargas mais rápidas que a tomada padrão, com duração em média de duas a quatro horas, e menos potentes do que os eletropostos. tecmundo
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