A tecnologia ainda dá os primeiros passos em muitas áreas de investigação do corpo humano. Um exemplo disso é a utilização agora de uma micro-câmara que foi transformada num comprimido que tem a função de percorrer o intestino à procura de sinal de cancro.
Estas cápsulas são uma novidade do sistema de saúde britânico (NHS) para serem usadas pelos pacientes. Estas “colonoscopias não invasivas” podem ser feitas em casa, em vez do método convencional no hospital.
Cancro do intestino é uma das doenças mais mortais no Reino Unido
A cápsula é pequena e poderá captar muita informação enquanto percorre o corpo humano. Como tal, as pessoas, através deste auto exame, poderão verificar se existe algum problema no intestino. Segundo o NHS, esta técnica será tendência para mais atendimento domiciliar. Este tipo de método, acelerado pela pandemia Covid-19, irá servir milhares de pessoas em Inglaterra.
A ideia é usarem esta tecnologia para evitar o desconforto de ter uma câmara inserida nos seus intestinos, como acontece com o método tradicional.
Assim, as imagem transmitidas de dentro do seu corpo, durante o procedimento sem dor, ajudarão os médicos a avaliar se a pessoa tem cancro do intestino. Esta é uma doença com alta taxa de mortalidade no Reino Unido.
O que parece ser ficção científica está agora a tornar-se realidade, e à medida que estas câmaras minúsculas passam pelo seu corpo, tiram duas fotografias por segundo, verificando sinais de cancro e outras condições como a doença de Crohn.
Referiu Sir Simon Stevens, o chefe executivo do NHS Inglaterra.
Tecnologia também usada para detetar cancro do colo do útero
O dispositivo não foi criado exclusivamente para a análise do intestino. Segundo o que refere a entidade de saúde, o uso das cápsulas no intestino, que têm 2 cm de comprimento, segue-se à decisão, tomada no mês passado, de enviar, a 31.000 mulheres em Londres, um kit doméstico para testar os sinais de cancro do colo do útero e, assim, ultrapassar o embaraço e desconforto que algumas mulheres sentem ao fazer um teste de esfregaço para o vírus do papiloma humano com uma enfermeira ou médico.
Cerca de 11.000 pacientes com potenciais sintomas de cancro do intestino terão a opção de engolir uma cápsula como alternativa a uma colonoscopia convencional. Conforme é conhecido, este método tradicional envolve um processo invasivo no qual uma pequena câmara montada num fio fino flexível é guiada para dentro do corpo de alguém e depois à volta do seu intestino grosso, onde se tiram fotografias.
Em contraste, a colonoscopia aos intestinos com a cápsula envolve a visita de uma enfermeira que coloca um cinto e um recetor à volta da cintura sob a roupa. Posteriormente, o equipamento consegue captar as imagens, antes da retirada da cápsula.
A preparação para este exame envolve a toma de um laxante para limpar o intestino de forma a que se consigam imagens claras e de boa resolução das paredes do intestino. O processo de passagem e captação demora de cinco a oito horas.
As fotografias do intestino são enviadas depois a um especialista oncológico para analisar o que foi conseguido captar. Conforme referem as autoridades de saúde de Inglaterra, este tipo de cancro mata por ano cerca 16.600 pessoas.
O comprimido tem um valor unitário de 500 libras, cerca de 580 euros.
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