
Vladimir Putin, o atual presidente da Rússia.
Mikhail Svetlov
Este
teste consiste em impedir que seja exposta informação dos cidadãos e
organizações russas, limitando o uso da rede a uma escala interna. Uma proposta
de lei para avançar com o plano foi levada ao parlamento russo durante o ano
passado e o teste é esperado acontecer até dia 1 de abril deste ano.
A proposta de lei é chamada
Programa Nacional de Economia Digital e, para criar a ‘bolha’ que impeça a
circulação de dados pretendida, o Estado russo vai necessitar da colaboração
das operadoras de telecomunicações russas. Segundo a BBC,
a relação da Nato e seus aliados com a Rússia tem vindo a ficar cada vez mais
tensa, uma vez que a Rússia é acusada de ter perpetrado vários ciberataques e
por interferir na estabilidade online de vários países.
A proposta de lei tem em vista
a construção de uma rede interina apenas utilizada pela Rússia e a substituição
do DNS global (em português um Sistema de Nomes de Domínio), por um que opere
com links internos russos.
Atualmente, das 12 organizações que supervisionam os
servidores-raiz do DNS, nenhuma se encontra na Rússia.
No entanto, existem
já algumas cópias
do livro de endereços central da rede em solo russo,
levando a crer que os sistemas de
rede poderão continuar a funcionar, mesmo que fosse aplicada uma sanção
internacional para
impedir este
projeto de lei.
Caso
as operadoras de telecomunicações se envolvam, estas
funcionarão como
distribuidoras de
dados para pontos controlados pelo governo. As operadoras
ficarão ainda encarregues
de filtrar o
tráfego de
forma a que os dados
enviados entre cidadãos russos
cheguem ao seu destino e
que o contacto com o exterior seja altamente
monitorizado.
Medidas desta natureza podem
contribuir para o estabelecimento de sistemas de censura de larga dimensão em
países como a Rússia. À semelhança das intenções do Estado russo, o governo
chinês tem já um sistema de censura e de controlo de dados altamente blindado e
enraizado na sua cultura digital.
Segundo
a ZDNet,
algumas agências de comunicação russas
informaram que operadoras
de telecomunicações do
país estão a favor dos objetivos do
projeto de lei. Embora estejam divididas sobre como levar avante o
projeto, uma vez que estão previstas «grandes
perturbações» no tráfego
de Internet russo, o
governo tem dado incentivos monetários às operadoras para que estas modifiquem
as suas infraestruturas para dar início ao teste.