Pular para o conteúdo principal

USAR ANTIVÍRUS PARA ANDROID REALMENTE RESOLVE ALGUMA COISA?

Não param de surgir ameaças virtuais para smartphones com Android. Em março de 2012, um instituto afirmou existirem quase 12 mil vírus para o sistema móvel da Google. No total, foram mais de 5 milhões de aparelhos infectados, sendo que até mesmo joguinhos disponíveis no Google Play escondiam malwares.

A preocupação é tão grande que o Tecmundo chegou a publicar um tutorial sobre como se livrar de um vírus no Android. Mas será que existe razão para tanta paranoia? De acordo o site LifeHacker, alguns especialistas acreditam que tanto alarde serve apenas para que empresas possam vender seus antivírus, que seriam dispensáveis para usuários com um pouco de bom senso. Mas será mesmo? Afinal, devemos ou não nos preocupar com os vírus para Android?


Android é o alvo da vez


Por ser mais usado, Android é o SO móvel mais atingido (Fonte da imagem: iStock)

Não há como negar que o Android ganhou muito espaço no mercado. Por isso, pessoas que antes dedicavam seu tempo desenvolvendo malwares para plataformas mais antigas, como Symbian e Windows Mobile, passaram a direcionar seus ataques para o “sistema do robozinho verde”.

E se levarmos em conta os dados coletados pela empresa Juniper Networks, os malwares para Android cresceram cerca de 3.300% desde o seu lançamento, em 2007. De acordo com o relatório da pesquisa (PDFem inglês), apenas nos últimos meses o número de ameaças subiu 472%.

Além disso, a Juniper Networks frisa que essas ameaças podem ser divididas em duas categorias: trojans de SMS (que operam em segundo plano e enviam mensagens para números que cobram por esses “torpedos”, como aqueles usados por programas de televisão) e spyware (aplicativos que coletam secretamente dados de seu celular e enviam para o desenvolvedor do app).

Segundo o relatório da Juniper, a maior parte das ameaças para Android se enquadra na categoria spyware (mais de 63%), enquanto os SMS trojans ficam com uma parcela de 36,43% dos malwares. Em uma pesquisa semelhante, a McAfee também encontrou um crescimento alarmante do nível de malwares para o sistema móvel da Google (PDF em inglês).


Medoware: a exploração da paranoia


Para Chris DiBona, empresas se aproveitam do medo dos consumidores (Fonte da imagem: Flickr/Joi lto)

O surgimento dessas ameaças levou à criação de uma grande quantidade de soluções para removê-las dos celulares infectados. Assim, antivírus são o que não faltam para o Android. Mas será que eles são realmente necessários ou úteis?

Para o gerente de engenharia e código aberto da Google, Chris DiBona, essas pesquisas e softwares estão sendo feitos por “charlatões e golpistas” que fornecem “scareware”, expressão que pode ser traduzida livremente para o português como “medoware”.

Para DiBona, apesar de haver esse crescimento no número de malwares para Android, ainda não houve um caso preocupante de infecções, como costumamos ver em computadores desktop. E parte disso se deve ao fato de que não existe uma maneira simples de esses vírus se multiplicarem smartphones afora.

De qualquer forma, especialistas em segurança são menos radicais que DiBona e consideram os smartphones como pequenos computadores de mão. Sendo assim, eles merecem estar pelo menos minimamente protegidos, já que carregam dados importantes de nossas vidas que poderiam ser usados por pessoas mal-intencionadas.

Infelizmente, os antivírus disponíveis para dispositivos móveis ainda não são tão competentes quanto as alternativas para desktop. São poucos, por exemplo, capazes de proteger em tempo real o aparelho, alertando sobre ameaças antes mesmo de o software ser instalado. Portanto, em vez de confiar apenas em um antivírus, é importante que o proprietário do smartphone também use o bom senso para evitar problemas.


Dicas de segurança


A principal recomendação para quem costuma instalar muitos apps no celular é evitar fontes secundárias ou pacotes piratas e crackeados. Atendo-se ao Google Play e a outras lojas confiáveis ou oficiais, as chances de você ter o celular infectado são muito menores.

Além disso, vale a pena conferir sempre as atividades telefônicas de seu smartphone, principalmente o registro de envio de mensagens de texto e, é claro, débitos inesperados na fatura ou no saldo de créditos. Assim, fica mais fácil perceber se um SMS trojan tem trabalhado em background sem que você perceba.


Mas enfim, antivírus para Android resolve?



Telas do McAfee para Android (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

De acordo com o LifeHacker, a resposta é sim. Existem milhares de malwares para Android circulando por aí e, apesar de não ser fácil contaminar o aparelho com um deles, é provável que esse tipo de software de segurança ajude a barrar algumas dessas ameaças, caso necessário.

Além disso, a maior parte dos antivírus costuma oferecer outras ferramentas que podem ser de interesse do usuário, como recursos para limpeza remota de dados importantes ou rastreamento do aparelho via GPS, serviços muito úteis em casos de roubo ou perda do smartphone.

Fontes: LifeHackerMcAfee

.....

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

“internet zumbi”

 A ascensão do slop, diz ele, transformou a rede social em um espaço onde “uma mistura de bots, humanos e contas que já foram humanos, mas não se misturam mais para formar um site desastroso onde há pouca conexão social”. Nick Clegg, presidente de assuntos globais da empresa-mãe do Facebook, Meta, escreveu em fevereiro que a rede social está treinando seus sistemas para identificar conteúdo feito por IA. “Como a diferença entre conteúdo humano e sintético fica turva, as pessoas querem saber onde está o limite”, escreveu ele. O problema começou a preocupar a principal fonte de receita da indústria de mídia social: as agências de publicidade que pagam para colocar anúncios ao lado do conteúdo. Farhad Divecha, diretor-gerente da agência de marketing digital AccuraCast, com sede no Reino Unido, diz que agora está encontrando casos em que os usuários estão sinalizando erroneamente os anúncios como slop feitos de IA quando não estão. “Vimos casos em que as pessoas comentaram qu

A MENTE ARTÍSTICA

Em seu novo livro, as autoras Susan Magsamen, fundadora e diretora do International Arts + Mind Lab, e Ivy Ross afirmam que fazer e experimentar arte pode nos ajudar a florescer Quando Susan Magsamen tomou a decisão de terminar seu primeiro casamento, ela enfrentou dias emocionais e difíceis trabalhando não apenas em seus próprios sentimentos, mas os de seus filhos pequenos. Foi preciso um pedaço de argila de uma criança para mudar tudo isso. Como ela relata em seu novo livro, Your Brain on Art: How the Arts Transform Us (Random House, 2023), ela "começa a esculpir espontaneamente. O que emergiu foi uma estátua de uma mulher de joelhos, seus braços levantados com as mãos estendendo o céu e sua cabeça inclinada para trás, soluçando em total desespero sem palavras." Logo, ela escreve, ela mesma estava em lágrimas. Podemos reconhecer essa ação como um exemplo de uso de nossa criatividade para expressar e liberar emoções reprimidos. Mas como Magsamen, fundadora e diretora executi

Cibersegurança: Confiança zero… desconfiança por omissão

  Atualmente, todas as empresas têm presença digital. Embora este facto traga inúmeros benefícios, também acarreta uma série de riscos. Os cibercriminosos estão a encontrar cada vez mais formas de contornar as medidas de segurança e aceder aos dados. Se a proteção não for suficientemente forte, os dados das organizações, dos seus clientes e dos seus parceiros podem ser comprometidos, com consequências terríveis para as empresas. A crescente digitalização, juntamente com a evolução das táticas dos cibercriminosos, está a resultar num aumento dos incidentes de cibersegurança. Esta tendência preocupante é demonstrada no último Relatório de Violação de Dados, realizado pelo Internet Theft Resource Center (ITRC), que regista 2.365 ciberataques em 2023 que afetaram mais de 300 milhões de vítimas. Com este conhecimento, é essencial que as empresas tomem medidas e protejam os seus sistemas para evitar que utilizadores não identificados acedam a informações sensíveis. Só assim será possível red