Pular para o conteúdo principal

Análise Blackview P2


Análise: Blackview P2, muita memória a baixo preço

Se gostamos de testar as grandes marcas que andam pelo mercado, também temos muita curiosidade em perceber do que são capazes de criar as marcas de menor dimensão, que procuram um lugar de destaque numa área tão competitiva quanto a dos smartphones.

Por este motivo, colocámos à prova um smartphone de uma marca que nunca testámos antes no Pplware e que traz grandes especificações a baixo preço. Apresentamos o Blackview P2.

De vez em quando, ao pesquisar o que há de novo no mercado dos smartphones, deparamo-nos com marcas diferentes que acabam por se destacar pelas características, muitas vezes associadas a modelos de topo, mas com preços francamente mais baixos.

Foi o que aconteceu com este Blackview P2: 4 GB de memória RAM, 64 GB de armazenamento interno, dual-SIM LTE, sensor de impressões digitais, uma super bateria de 6000 mAh, com um preço de apenas 150€… Qual será o desempenho deste smartphone? É esta a resposta a que vamos responder.

 

Características Gerais

O Blackview P2 vem equipado com um SoC da MediaTek, o MT6750T a 1,5 GHz. Trata-se do mesmo SoC que vem em smartphones como o Innjoo 3, onde por acaso até partilham várias especificações entre eles.

No que respeita à memória, não é vulgar encontrar 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno a este preço. Suporta dois cartões nanoSIM, sendo que se existir necessidade de expandir a memória interna, poderá abdicar de um dos cartões SIM para a utilização de um MicroSD até 32 GB.

A Blackview criou claramente um smarphone direccionado ao mercado ocidental já que este é um smartphone que além de suportar a rede 4G LTE, ainda suporta a banda 20, totalmente compatível com a rede móvel em Portugal.

O ecrã do Blackview P2 é IPS e tem 5,5″, com resolução FullHD. A câmara principal, colocada na traseira, é de 13 MP e a frontal é de 8 MP (valores reais e não interpolados). A bateria é de 6000 mAh (mais abaixo vai surpreender-se com a autonomia e com o tempo de carregamento) e traz ainda o sensor de impressões digitais, que não serve apenas para desbloquear o smartphone.

Especificações completas

 

Dentro da caixa

O Blackview P2 vem numa caixa acompanhado com os seguintes acessórios:

1 adaptador de corrente de 2A, para carregamento rápido1 cabo USB/USB Tipo-C1 adaptador OTG1 auriculares com fios1 capa protetora em silicone1 película protetora de ecrã (+1 já aplicada no smartphone)1 clip para abrir a ranhura dos cartões de memória1 manual de instruções rápidas (com português)

 

Design

Estamos na era dos smartphones finos, mais leves e ergonómicos e, à primeira impressão, ao pegar no Blackview P2 parece que estamos a recuar a uns 2 anos atrás. Apesar de ergonómico, não segue propriamente a linha de smartphone fino… possivelmente, para integrar uma bateria de 6000 mAh, foi fisicamente impossível fazê-lo. Este tem assim 10,4 mm de espessura e pesa 230g.

O seu corpo é construído em alumínio. Nas extremidades trazeiras onde estão localizadas as antenas e sensores, existe uma pequena área em plástico (que também acompanha a respectiva lateral). Este modelo é o preto, mas existem também os modelos cinza, azul e dourado.

Na frente, acima do ecrã de 5,5″ encontra-se a câmara de 8 MP, o altifalante, o LED de notificações e os sensores de luminosidade e proximidade. Abaixo do ecrã estão colocados os botões tácteis de menu, home e retroceder do Android.

Quanto à laterais, do lado esquerdo está a ranhura para os cartões nanoSIM (nanoSIM/microSD); em baixo, o altifalante, a porta USB Tipo-C e o microfone; do lado direito os botões de Volume e Power; por fim, em cima, a porta de áudio para jack de 3,5mm.

A traseira inclui, a meio, um microfone secundário, a câmara de 13 MP (com o flash LED ao lado esquerdo) e o sensor de impressões digitais. Logo a baixo, o logótipo da marca.

 

Interface e Desempenho

Android Marshmallow

O Blackview P2 vem equipado com o Android na sua versão 6.0, com uma interface de utilizador personalizada. Basicamente, é pouco mais do que uma máscara do Android original, com ícones muito personalizados, que até acabam por baralhar ao tentar encontrar uma aplicação que já venha instalada, uma vez que estas estão todas em tons de branco, dourado e cinza.

Esta interface acaba por lembrar um pouco da EMUI antiga da Huawei, que se apresentava em tons muito escuros.

 

As aplicações integradas

Este smartphone vem equipado com o conjunto de aplicações da Google (Gmail, Play Store, Maps e Google Now), um navegador próprio, um calendário, Rádio FM, aplicação para gravar o ecrã, gravador de som, Facebook, Twitter e ainda uma aplicação para transferência de ficheiros entre qualquer dispositivo e o smartphone, a Xender, entre outras mais comuns.

 

Segurança

Tal como a generadidade dos smartphones, também o P2 traz um sensor de impressões digitais. A rapidez de desbloqueio é aceitável para o tipo de equipamento e não apresentou quaisquer falhas durante o tempo de análise.

Além deste padrão de segurança para desbloqueio do smarpthone, o Blackview P2 tem a opção Smart Lock que pode ser activada, mantendo o smartphone desbloqueado quando está com o utilizador, ou seja se for desbloqueado, não se bloqueará enquanto permanecer na mão do utilizador, por exemplo, ou se estiver num local definido pelo utilizador, entre outras opções.

Ainda sobre segurança, poderá manter aplicações bloqueadas, às quais só é possível ter acesso com recurso à impressão digital ou a um código de segurança. Um bom recurso para quem permite o acesso de crianças ao smartphone.

 

Qualidade e imagem e de som

O ecrã apresenta cores bastante reais e a definição e contraste também é muito bom. No entanto, à luz solar, já aqui pude testar equipamentos com muito melhor prestação que este. O facto de não ter um bom anti-reflexo até em ambientes com luz mais controlada, há sempre algo a reflectir no ecrã.

O som reproduzido pelo altifalante tem poucos graves e agudos muito estridentes, sendo pouco agradável ouvir uma música em volume alto. Com auriculares o problema fica resolvido e ainda conta com a funcionalidade Audio FX, para criar efeitos nas músicas que está a ouvir. Para aceder a esta funcionalidade deverá deslizar o ecrã para o lado esquerdo do ecrã principal.

 

Navegação

É essencial que o GPS de um smartphone funcione na perfeição. Para testar a fixação de satélites, foi utilizada a aplicação Estado do GPS e o Blackview P2 foi colocado lado a lado com o Huawei Mate 9 (smartphone que utilizo diariamente e cuja navegação funciona de forma bastante precisa) e os resultados foram muito próximos, havendo uma variação de 2 ou 3 satélites a menos fixados no Blackview P2.

Durante uma viagem de carro, com recurso ao Google Maps, não houve qualquer problema a apontar.

 

Desempenho Geral

Antes de tecer conclusões relativas ao desempenho geral do Blackview P2 é importante revelar os resultados dos benchmarks a que foi submetido. Com o AnTuTu (v.6.2.7) foi conseguido um resultado de aproximadamente 45 mil pontos, e com o GeekBench 4 596 pontos em single-core e 2548 em multi-core. Estes acabam por ser valores muito semelhantes ao que já tinham sido conseguidos pelo smartphone da Innjoo com o mesmo SoC.

Para a gama de preços a que está a ser comercializado, este Blackview P2 consegue um desempenho satisfatório, onde em jogos não apresenta qualquer lag e, apenas na transição entre aplicações, são detectados ligeiros atrasos. Na navegação no browser ou até pelo Facebook, nota-se que não é tão rápido quanto um topo de gama, mas também isso já não era esperado.

 

Câmara

O Blackview P2 vem equipado com uma câmara traseira de 13 MP, com filmagem a 720p, e uma frontal de 8 MP. A aplicação Câmara que acompanha o smartphone é a mais básica que se encontra na maioria dos smartphones Android, com a possibilidade de fazer fotos em HDR, com modo de beleza para selfies e mais uma série de opções básicas.

Os resultados das fotografias são bons, tanto em ambientes bem iluminados, como em ambientes mais escuros. Os resultados do vídeo já não são tão satisfatórios. Podem ser vistos alguns exemplos nas imagens abaixo.



 

Autonomia

A grande vantagem deste Blackview P2 prende-se, aparentemente, com a sua grande bateria de 6000mAh e de carregamento rápido. De facto, este smartphone carrega esta grande bateria de uma forma muito rápida, em 80 minutos dos 1% aos 100%, tal como se pode ver no gráfico. O ideal é iniciar o carregamento por volta dos 15% e isso faz com que em pouco mais de 1 hora a bateria fique totalmente carregada.

Quanto à autonomia… bem, aqui este aspecto já não é tão satisfatório. A autonomia é, no máximo, de dois dias, com uma utilização dita “moderada”. Mas isto é um valor que é conseguido com a maioria dos smartphones que já aqui tenho testado. Ao comparar com o Innjoo 3, com quem partilha o mesmo SoC, e que tem uma bateria de 3000 mAh, o Blackview P2, com uma bateria com o dobro da capacidade consegue o dobro da autonomia. Muito provavelmente poderá tratar-se de uma questão de otimização de software, algo que poderá ficar resolvido numa próxima atualização.

 

Veredicto

O Blackview P2 não desilude, tem um desempenho que faz jus ao seu preço, de 155€, onde não é habitual que haja uma capacidade de memória interna de 64 GB com 4 GB de RAM. Suporta a rede 4G LTE e ainda tira boas fotos.

É evidente que tem os seus aspectos menos positivos, como a qualidade de som do altifalante principal, a autonomia que se esperava um pouco maior e a qualidade de vídeos que fica um pouco abaixo daquilo que um utilizador comum procura.

O Pplware agradece à GearBest a cedência do Blackview P2 para análise.

Blackview P2

Blackview P2

7.7

DESIGN

7/10

ECRÃ

7/10

DESEMPENHO

9/10

CÂMARA

9/10

AUTONOMIA

8/10

PRÓS

FotografiaArmazenamento interno de 64 GB

CONTRAS

Som do altifalante principalReflexo do ecrãl

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

“internet zumbi”

 A ascensão do slop, diz ele, transformou a rede social em um espaço onde “uma mistura de bots, humanos e contas que já foram humanos, mas não se misturam mais para formar um site desastroso onde há pouca conexão social”. Nick Clegg, presidente de assuntos globais da empresa-mãe do Facebook, Meta, escreveu em fevereiro que a rede social está treinando seus sistemas para identificar conteúdo feito por IA. “Como a diferença entre conteúdo humano e sintético fica turva, as pessoas querem saber onde está o limite”, escreveu ele. O problema começou a preocupar a principal fonte de receita da indústria de mídia social: as agências de publicidade que pagam para colocar anúncios ao lado do conteúdo. Farhad Divecha, diretor-gerente da agência de marketing digital AccuraCast, com sede no Reino Unido, diz que agora está encontrando casos em que os usuários estão sinalizando erroneamente os anúncios como slop feitos de IA quando não estão. “Vimos casos em que as pessoas comentaram qu

A MENTE ARTÍSTICA

Em seu novo livro, as autoras Susan Magsamen, fundadora e diretora do International Arts + Mind Lab, e Ivy Ross afirmam que fazer e experimentar arte pode nos ajudar a florescer Quando Susan Magsamen tomou a decisão de terminar seu primeiro casamento, ela enfrentou dias emocionais e difíceis trabalhando não apenas em seus próprios sentimentos, mas os de seus filhos pequenos. Foi preciso um pedaço de argila de uma criança para mudar tudo isso. Como ela relata em seu novo livro, Your Brain on Art: How the Arts Transform Us (Random House, 2023), ela "começa a esculpir espontaneamente. O que emergiu foi uma estátua de uma mulher de joelhos, seus braços levantados com as mãos estendendo o céu e sua cabeça inclinada para trás, soluçando em total desespero sem palavras." Logo, ela escreve, ela mesma estava em lágrimas. Podemos reconhecer essa ação como um exemplo de uso de nossa criatividade para expressar e liberar emoções reprimidos. Mas como Magsamen, fundadora e diretora executi

Cibersegurança: Confiança zero… desconfiança por omissão

  Atualmente, todas as empresas têm presença digital. Embora este facto traga inúmeros benefícios, também acarreta uma série de riscos. Os cibercriminosos estão a encontrar cada vez mais formas de contornar as medidas de segurança e aceder aos dados. Se a proteção não for suficientemente forte, os dados das organizações, dos seus clientes e dos seus parceiros podem ser comprometidos, com consequências terríveis para as empresas. A crescente digitalização, juntamente com a evolução das táticas dos cibercriminosos, está a resultar num aumento dos incidentes de cibersegurança. Esta tendência preocupante é demonstrada no último Relatório de Violação de Dados, realizado pelo Internet Theft Resource Center (ITRC), que regista 2.365 ciberataques em 2023 que afetaram mais de 300 milhões de vítimas. Com este conhecimento, é essencial que as empresas tomem medidas e protejam os seus sistemas para evitar que utilizadores não identificados acedam a informações sensíveis. Só assim será possível red