A corrupção das autoridades filipinas e a conivência nos tribunais permite que os pedófilos circulem confortavelmente há décadas no país, um dos maiores produtores de pornografia infantil.
"O governo diz que condenar estrangeiros pedófilos é ruim para o turismo, que não quer colocá-los na prisão porque nos faz parecer maus", explicou à Agência Efe o padre Shay Cullen, diretor da Fundação PREDA, dedicada à defesa dos direitos dos menores nas Filipinas desde 1969.
Desde que se envolveu com esta organização, em 1996, Cullen diz ter conseguido denunciar judicialmente centenas de estrangeiros pedófilos, mas que somente um deles foi condenado.
"Nem todos os estrangeiros pedófilos que vêm às Filipinas se saem bem, mas muitos sim", declarou o ativista, indicado três vezes ao Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho no país asiático.
Padre Cullen conhece bem o drama dos abusos sexuais a menores, já que a PREDA possui um abrigo para as vítimas de pedófilos na cidade de Olongapo, no norte das Filipinas.
Olongapo é uma dos maiores destinos do turismo sexual do país que dá trabalho a milhares de pessoas. A cidade surgiu há décadas em consequência da presença de soldados americanos na base militar da vizinha baía de Subic.