Pular para o conteúdo principal

RSA nega todas as acusações de parcedia com a NSA

A notícia de ontem dava a conhecer ao mundo que a NSA teria pago à RSA para introduzir um backdoor num dos seus softwares, através da utilização de um algoritmo com uma falha, para que pudesse facilmente contornar as cifras aplicadas.
Mas a RSA já veio a terreiro defender-se alegando que não teve qualquer contacto com a NSA e que se o backdoor existe não foi provocado por esta companhia.
rsa_1


Depois da publicação da notícia em vários meios, a posição da RSA ficou fragilizada e a empresa sentiu a necessidade de mostrar que a utilização do algoritmo que agora se fala não partiu de uma escolha sua e que fez parte de um conjunto de recomendações que surgiram no seio do um esforço da industria em fortalecer os mecanismos de segurança existentes.
Essa resposta surgiu ontem num artigo publicado no blog da RSA e pretende esclarecer que esta empresa não teve qualquer ligação especial com a NSA, para além da sua parceria nos fóruns de discussão e de definição dos standards de segurança a serem usados nos softwares associados.
É explicado que a relação com a NSA se limitou a uma parceria, com várias outras empresas, e até ao fornecimento de software para esta agência, sendo a sua relação apenas comercial neste caso.
We have worked with the NSA, both as a vendor and an active member of the security community. We have never kept this relationship a secret and in fact have openly publicized it. Our explicit goal has always been to strengthen commercial and government security.
Nesse artigo é ainda explicado com grande detalhe a opção de utilização do algoritmo Dual EC DRBG no software BSAFE e cada passo que foi dado até ao momento em que se detectou a fragilidade que permitia que este fosse contornado.
Mas apesar de todos os argumentos apresentados, a RSA deixou ainda muita informação por esclarecer. Em primeiro lugar nunca nega que recebeu da NSA o montante que é apresentado.
Em segundo lugar delega na National Institute of Standards a responsabilidade pelo manter do algoritmo activo e em utilização, apesar de conhecida a sua vulnerabilidade.
Por fim, mesmo com esta informação de problemas associados ao Dual EC DRBG, a RSA nunca alterou o seu software para que ou deixasse de o usar ou que o colocasse numa posição de utilização mais baixa, em vez de o manter como o default, como aconteceu.
Está difícil à RSA justificar todas as notícias que vieram a público e que dão como certa a relação entre esta empresa e NSA, para a utilização de um algoritmo de cifra com uma falha que permite que este seja contornado.

Postagens mais visitadas deste blog

“internet zumbi”

 A ascensão do slop, diz ele, transformou a rede social em um espaço onde “uma mistura de bots, humanos e contas que já foram humanos, mas não se misturam mais para formar um site desastroso onde há pouca conexão social”. Nick Clegg, presidente de assuntos globais da empresa-mãe do Facebook, Meta, escreveu em fevereiro que a rede social está treinando seus sistemas para identificar conteúdo feito por IA. “Como a diferença entre conteúdo humano e sintético fica turva, as pessoas querem saber onde está o limite”, escreveu ele. O problema começou a preocupar a principal fonte de receita da indústria de mídia social: as agências de publicidade que pagam para colocar anúncios ao lado do conteúdo. Farhad Divecha, diretor-gerente da agência de marketing digital AccuraCast, com sede no Reino Unido, diz que agora está encontrando casos em que os usuários estão sinalizando erroneamente os anúncios como slop feitos de IA quando não estão. “Vimos casos em que as pessoas comentaram qu

A MENTE ARTÍSTICA

Em seu novo livro, as autoras Susan Magsamen, fundadora e diretora do International Arts + Mind Lab, e Ivy Ross afirmam que fazer e experimentar arte pode nos ajudar a florescer Quando Susan Magsamen tomou a decisão de terminar seu primeiro casamento, ela enfrentou dias emocionais e difíceis trabalhando não apenas em seus próprios sentimentos, mas os de seus filhos pequenos. Foi preciso um pedaço de argila de uma criança para mudar tudo isso. Como ela relata em seu novo livro, Your Brain on Art: How the Arts Transform Us (Random House, 2023), ela "começa a esculpir espontaneamente. O que emergiu foi uma estátua de uma mulher de joelhos, seus braços levantados com as mãos estendendo o céu e sua cabeça inclinada para trás, soluçando em total desespero sem palavras." Logo, ela escreve, ela mesma estava em lágrimas. Podemos reconhecer essa ação como um exemplo de uso de nossa criatividade para expressar e liberar emoções reprimidos. Mas como Magsamen, fundadora e diretora executi

Cibersegurança: Confiança zero… desconfiança por omissão

  Atualmente, todas as empresas têm presença digital. Embora este facto traga inúmeros benefícios, também acarreta uma série de riscos. Os cibercriminosos estão a encontrar cada vez mais formas de contornar as medidas de segurança e aceder aos dados. Se a proteção não for suficientemente forte, os dados das organizações, dos seus clientes e dos seus parceiros podem ser comprometidos, com consequências terríveis para as empresas. A crescente digitalização, juntamente com a evolução das táticas dos cibercriminosos, está a resultar num aumento dos incidentes de cibersegurança. Esta tendência preocupante é demonstrada no último Relatório de Violação de Dados, realizado pelo Internet Theft Resource Center (ITRC), que regista 2.365 ciberataques em 2023 que afetaram mais de 300 milhões de vítimas. Com este conhecimento, é essencial que as empresas tomem medidas e protejam os seus sistemas para evitar que utilizadores não identificados acedam a informações sensíveis. Só assim será possível red