Na época do bom e velho Windows XP os computadores faziam uso constante da memória virtual (ou arquivo de paginação) para poderem funcionar sem engasgos, já que há uma década o preço da memória RAM não era tão atraente quanto hoje. O recurso ainda está presente no Windows 8 para dar aquela força para máquinas com pouca memória RAMe outras tarefas.
Dos primeiros computadores pessoais até as máquinas de alto desempenho dos dias atuais tivemos grandes avanços em relação à velocidade e qualidade dos componentes, mas a forma de funcionamento é basicamente a mesma, conhecida como arquitetura de Von Neumann: primeiro lê-se os dados do disco rígido na memória RAM e em seguida ocorre o processamento por parte da CPU, esquema que é utilizado tanto pelos Pentium III quanto Core i7.
A memória virtual entra nesse esquema principalmente em duas situações: quando a memória RAM não consegue mais segurar todos os programas abertos ou quando algum programa não está sendo utilizado há algum tempo e por isso pode ser retirado da memória. Quando dizemos "memória virtual" estamos nos referindo a uma parte do disco rígidodedicado a essa tarefa e utilizado pelo Windows para gerenciá-las.
Quando acontece alguma das situações acima, o sistema operacional desaloca os processos menos utilizados da memória RAM e armazena no HD, copiando de volta para a memória RAM quando necessário. Isso causa uma considerável perda de desempenho, já que os discos rígidos são componentes mecânicos extremamente lentos se comparados à memória RAM.
Podemos observar essa lentidão quando começamos a abrir um programa atrás do outro em uma máquina com pouca memória disponível. Lembra dos primeiros netbooks que traziam somente 1 GB de memóra RAM? Eles acabaram decepcionado os usuários pelo seu baixo desempenho, culpa não só da baixa performance dos primeiros modelos Intel Atom quanto pela alta dependência da memória virtual para qualquer tipo de tarefa.
Embora não seja transparente ao usuário, é possível gerenciá-la conforme a necessidade. Para isso, entre no "Painel" de Controle e, em seguida, em "Sistema". No menu do canto esquerdo, clique em "Configurações avançadas do sistema".
Na janela que abrir, selecione a aba "Avançado" e na área "Desempenho" clique em "Configurações".
Na nova janela que abrirá, selecione novamente a aba "Avançado" e na área "Memória Virtual" clique em "Alterar".
Depois de tantos menus e submenus, estamos finalmente dentro do gerenciador de memória virtual, onde é possível escolher o seu tamanho, disco onde está localizado e até mesmo deletá-lo (algo que não recomendamos e que pode causar grandes problemas no Windows). Em nosso computador de testes o Windows criou automaticamente um arquivo de 2816 MB, mas recomenda utilizar 3434 MB, então vamos alterar para esse valor.
Para isso, desmarque a opção "Gerenciar automaticamente o tamanho do arquivo de paginação de todas as unidades" e, abaixo, selecione a opção "Tamanho personalizado". Inserimos as opções recomendadas (mínimo de 200 MB e máximo de 3434 MB) e clicamos em "Definir", mas este número pode variar bastante dependendo da configuração da máquina e quantidade de programas abertos.
Para usuários que costumam abrir vários aplicativos pesados ao mesmo tempo em uma máquina com pouca memória RAM, aumentar essa quantidade pode melhorar um pouco o desempenho, mas atribuir um valor muito grande, como 20 GB, não é uma boa opção, já que o Windows raramente fará uso de tanto espaço. De qualquer forma, é um bom quebra-galho quando aumentar a quantidade de memória RAM não é uma opção.
Dicas:
- Em desktops que possuem mais de um disco rígido, mudar o arquivo de paginação para um outro HD é uma excelente opção para aliviar o disco principal.
- Tecnologias como o ReadyBoost podem melhorar o desempenho das máquinas que fazem muito uso de memória virtual.
- Mesmo máquinas que possuem uma quantidade generosa de memória RAM, como 16 GB, desabilitar a memória virtual pode causar problemas.
- Usuários de SSD não precisam gerenciar o arquivo de paginação, já que os discos sólidos são consideravelmente mais rápidos do que os discos rígidos convencionais.
- Se observar que o LED do disco rígido está sempre aceso e a máquina está bastante lenta, está na hora de fazer um upgrade de memória, pois nestes casos a memória RAM está sobrecarregada e o Windows está paginando demais, degradando o desempenho.