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Review: Asus Fonepad


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by Henrique Martin on 23/05/2013
O Asus Fonepad é um tablet e um telefone. Deixei o preconceito de lado e usei o aparelho como meu smartphone principal, o que levou a certas descobertas interessantes. Se for pensar por esse ponto de vista, tem a maior duração de bateria do mercado.

O mercado de tablets de telas de 7 polegadas é o mais promíscuo hoje no Brasil: tem ofertas vagabundas baratas, na faixa dos R$ 300-R$ 400, buscando atingir o mítico “comprador do primeiro tablet”, que vai encontrar um produto xing-ling à altura do preço baixo e desistir na primeira travada dos 256 MB de RAM com Android 2.x/3.x. É o famoso “quando é muito barato o santo desconfia”.
Mas essa categoria de tablets inclui produtos mais caros (e melhores) na faixa dos R$ 600-R$ 1.100, como o Asus MeMo Pad e o Acer Iconia B1. Some à lista os diversos tamanhos, preços e sabores da Samsung (Galaxy Tab 7, 7.7, Note 8) e temos um bom cenário oficial em tablets Android.
No topo dessa cadeia de valor encontramos dois produtos da Asus: o Fonepad (preço sugerido: R$ 1.099) e o mítico Nexus 7 (que acabou em oferta no varejo online). Definitivamente, o consumidor interessado nesse tipo de produto deve investir mais, para melhor qualidade/desempenho/felicidade geral.
Dá pra falar que o Fonepad é uma boa evolução do Nexus 7 (ambos Asus, afinal). À primeira vista, são produtos bem parecidos (começando pela tela HD IPS de 7″), porém o Fonepad tem câmera traseira (ainda que de 3 megapixels apenas), entrada para cartões de memória e funciona como telefone.
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O Fonepad usa um chip Intel Atom Z2420 (codinome “Lexington“) de 1,2 GHz (single-core com Hyper-Threading). É o primeiro tablet Android a vir com um chip Intel a ser lançado por aqui (o mundo dos smartphones com Intel Inside  segue solitário com o Motorola RAZR i). Seu nome Fonepad se deve ao fato de ele ter funções de telefonia, além da conectividade 3G/HSPA+ (nada de 4G por enquanto). Não confundir o produto com o Asus PadFone, que também roda Android, mas é um híbrido de tablet e smartphone e que não é vendido por aqui.
E tanto Fonepad quanto MeMo Pad representam uma nova fase nos tablets da Asus. A fabricante taiwanesa ficou famosa nessa área por seus incríveis Transformer, tablets Android com teclado destacável. A experiência foi para o mundo Windows e os Androids agora têm telas menores e são mais voltados ao consumo de mídia e entretenimento do que produtividade (vale lembrar que a HP anunciou um tablet Android bastante inspirado nos Transformer).
De frente, o design do Fonepad segue o do Nexus, com a linda tela IPS. Atrás, sai o plástico-com-furinhos e entra um acabamento metálico que passa uma sensação de solidez e durabilidade. Essa versão que recebi para testes é na cor cinza-titânio – tem também uma versão champagne, mais clara.
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A câmera de 3 megapixels está ali, solitária, logo abaixo da tampa mais escura que guarda o SIM card e o cartão microSD e ao lado do botão de liga-desliga e controle de volume. Testes com a câmera? Não… o bom-senso diz pra não fotografar com tablet, né?
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Abaixo, o conector microUSB para recarregar a bateria e um plug 3,5 mm para headset/fone de ouvido. O Fonepad não vem com um headset na caixa – somente o tablet e a fonte/cabo USB. Na base do produto também está um alto-falante.
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Ao remover a tampa traseira (que é chata de encaixar de volta), vemos os slots para o microSIM da operadora e o cartão microSD (opcional). O Fonepad tem 16 GB de armazenamento interno e acesso ao serviço Asus WebStorage para armazenamento ilimitado na nuvem.
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O sistema operacional utilizado no Asus Fonepad é o Android 4.1 “Jelly Bean” com poucas modificações feitas pela Asus. A primeira é a barra de notificações, com acesso rápido a configurações do sistema. O produto, pelo menos nessa primeira fase, parece de muita importância para a Asus: durante o período de testes (peguei o Fonepad no dia da coletiva, um mês atrás), o tablet recebeu três atualizações de firmware automáticas para melhoria e ajustes de desempenho.
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Mesmo os aplicativos feitos pela Asus são um ótimo adicional ao produto, como o Asus Splendid (controle de cores na tela), AudioWizard (som), o Backup do Aplicativo (que salva seus apps para transferir para outro tablet Asus), a galeria de imagens/editor de fotos/media player Asus Studio e o sensacional App Locker, uma ideia simples e que nunca vi em outros tablets/sistemas operacionais:  proteção por senha para abrir qualquer aplicativo ou pasta do sistema operacional.
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Em resumo, você define uma senha e escolhe o que quer proteger.
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Ao tentar abrir o app, o App Locker vai pedir a senha. Num teste com o Facebook, o programa ainda travou as notificações da rede social, mas não as mensagens enviadas (que aparecem na barra de notificações).
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Além disso, os aplicativos bloqueados pelo App Locker aparecem com um cadeado. Gostei da ideia – mais pra proteger dados de dedos de sobrinhos doidos por Angry Birds e que adoram apagar apps do seu tablet do que por paranoia de segurança (mas esse também é um bom ponto de vista).
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A única coisa da interface da Asus que eu não gostei no FonePad foram as múltiplas telas. Eu não gosto de múltiplas telas e o Fonepad não deixa manter apenas uma (dá para apagar apenas telas adicionais, mas não as já existentes). Veja que o ícone para Remover nem aparece.
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Sob testes

No uso diário, o Fonepad superou as minhas expectativas. O processador Intel Atom é razoavelmente veloz (não percebi lentidão ou travamento de sistema em nenhum momento), embora deixe a desejar no processamento de vídeo – o resultado no 3DMark foi “bom, mas existem outros modelos mais poderosos no mercado” e o game Temple Run 2 não deve ser jogado no modo de gráficos com maior qualidade (aí sim a lentidão aparece ao carregar os cenários, só pra citar um exemplo).
Como ocorreu com o Motorola RAZR i, não encontrei incompatibilidade de aplicativos com o processador X86 da Intel. O único grande bug relacionado a software ocorreu no benchmark Vellamo, que não conseguiu completar um dos processos de testes HTML5 (travou no Aquarium Canvas, que precisou ser removido para terminar o processo).
Os resultados dos benchmarks são bem parecidos com os do RAZR i:
  • Vellamo (novo): 1.323 pontos (HTML 5 limitado, sem processo Aquarium Canvas) / 457 pontos (metal)
  • Vellamo (antigo): não rodou (Aquarium Canvas também travou)
  • Quadrant Standard Edition (desempenho geral): 2.258 pontos
  • Antutu Benchmark (desempenho geral):  9.264 pontos
  • Nenamark 1 (vídeo):  59,2 quadros por segundo
  • Nenamark 2 (vídeo):  38,8 quadros por segundo
  • 3DMark Ice Storm: 2.236 pontos
  • 3DMark Ice Storm Extreme:  1.147 pontos
Como eu disse lá no começo, usei o Fonepad no seu modo smartphone, com meu chip 3G conectado o tempo todo. Sim, é esquisito levar um tablet de 7″ (12 cm de largura, 19,6 cm de altura) ao ouvido para atender a uma ligação, mas funciona dentro de casa ou no escritório (na rua, sugiro usar um headset ou um fone Bluetooth para maior segurança e menor exposição pessoal ao ridículo). Mas, pensando o Fonepad como um smartphone/foblet grandão, ele tem uma vantagem que nenhum outro aparelho menor tem: duração de bateria.
Nagano comenta: Conversando com o Henrique sobre esse dilema (ou seria papelão?) de colocar um tablet na orelha para atender uma ligação, me veio a mente um curioso gadget que vi no Amazon.com.
Trata-se do iKross Bluetooth Wireless Folding Handsfree Speaker Phone — uma caixa de som bluetooth portátil auto amplificada para reproduzir músicas mas que também pode ser usada como handset de telefone:
Ikross_handsfree
A grande sacada neste caso está no seu design, já que pode ser dobrado no meio como um telefone de flip e possui até controles específicos para atender e finalizar uma ligação. Assim o usuário do Fonepad pode atender o telefone com essa caixinha sem precisar expor seu tablet. Sua fonte de energia é uma bateria interna que pode ser recarregada via porta USB.
Ikross_handsfree_fechado
A única desvantagem que vi nele é que não tem teclado numérico de modo que não podemos discar dele. Mas cá entre nós, por US$ 18 não podemos querer tudo, né?
No mundo dos smartphones, o único com uma bateria tão grande em capacidade é o Motorola RAZR MAXX.
A bateria do Fonepad tem capacidade de 4.270 mAH, mais que o dobro de um smartphone convencional. Em um dia de uso intenso (3G, GPS, e-mail, ligações, Twitter, Foursquare, Facebook, Internet, SMS, câmera), a bateria levou 31 horas para atingir o nível de 27%, mais de um dia de duração, sem estar com o modo de economia de energia ativado. Ainda no hardware, o alcance do Wi-Fi é fraco e, caso não consiga se conectar à rede, sugere automaticamente trocar para o 3G.
Se não fosse a questão do tamanho, eu adotaria um Fonepad como smartphone principal sem a menor sombra de dúvida. É um bom tablet, com bom desempenho, tela incrível e a duração de bateria monstruosa, com uma excelente relação custo-benefício.
RESUMO: ASUS FONEPAD

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