Metaforicamente, fabricantes de relógios e pilotos de automobilismo têm uma relação distinta com o tempo: enquanto uns fabricam relógios, os outros lutam para vencê-los. Na prática, são parceiros de longa data. Em 1963, a suíça TAG Heuer já criava a icônica linha Carrera, que se inspirava em corrida por estradas mexicanas e foi a primeira a trazer cronógrafos esportivos – criados para satisfazer profissionais e fãs de esportes automotivos. Hoje, vários pilotos de Fórmula 1 são embaixadores de marcas famosas. A Hublot, que atualmente produz o relógio mais caro do mundo – custa cinco milhões de dólares e foi explicitamente batizado $5 Million – desde 2010, recebeu o título de “relojoeira oficial” da F-1. A última marca a se unir à categoria mais nobre do automobilismo é a IWC Schaffhausen, que desde janeiro patrocina a equipe Mercedes AMG Petronas. Em breve, os modelos serão vistos nos pulsos do alemão Nico Rosberg e do inglês Lewis Hamilton.
A parceria que começou em 2004 vai além do patrocínio. A IWC é “parceira oficial de engenharia” da Mercedes. Ao justificar o título, evoca as semelhanças da precisão exigida dos engenheiros de ambas as partes e os materiais comuns a carros e relógios. Alguns modelos da IWC utilizam cerâmica, fibra de carbono e alumineto de titânio – usados respectivamente em discos de freios, chassis e pistões.
Para selar a parceria, a IWC criou uma nova linha de relógios da família Ingenieur, originalmente da década de 1950. Entre os lançamentos, o que faz menção mais evidente às pistas é o Ingenieur Cronograph Racer. O cronógrafo de 12h, cujo mecanismo levou quatro anos para ser desenvolvido, tem a função flyback – que permite reiniciar uma medição sem ter de parar e zerar a contagem. Uma edição especial, o Ingenieur Cronograph Silberpfeil, terá gravado no fundo da caixa o lendário Mercedes Silberpfeil W25, a “flecha de prata” no automobilismo nos anos 1930. Ao todo serão reeditados 17 modelos da família Ingenieur. Independentemente do modelo, o que prevalece é a excelência – digna de F-1.
Matéria publicada na edição de ALFA de fevereiro de 2013
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