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Os Cavaleiros do Zodíaco é game para fãs


Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki. Os cinco cavaleiros de bronze ficaram muito conhecidos no Brasil graças ao desenho “Os Cavaleiros do Zodíaco”, um sucesso da década de 1990 que agora chega aos videogames em uma versão exclusiva para PlayStation 3.
Apesar de ser lançamento no Brasil, Os Cavaleiros do Zodíaco – Batalha do Santuário foi lançado em novembro de 2011 no Japão. Em março desse ano, chegou a Europa. Assim como já comentamos aqui no INFO Games, o game aterrissa no Brasil com capa e legendas em português, mas sem as clássicas dublagens da época da TV Manchete.
A Batalha do Santuário segue o enredo de uma das mais clássicas temporadas do desenho, a batalha das 12 casas, onde os cinco cavaleiros de bronze precisam enfrentar os poderosos cavaleiros de ouro para salvar Saori, a reencarnação da deusa grega Atena.
Os Cavaleiros do Zodíaco – Batalha do Santuário tem um estilo muito parecido com os jogos da série Dynasty Warriors. Controlando personagens em terceira pessoa em cenários lineares, golpes fracos, fortes, e especiais são deferidos com cada botão do controle. As fases são divididas em derrotar hordas e mais hordas de inimigos nas escadarias que ligam cada uma das casas do santuário, e lutas contra os cavaleiros de ouro.
Assim como no animê, os confrontos contra os 12 cavaleiros de ouro é o grande destaque. São nessas batalhas que o jogo relembra algumas das mais clássicas cenas dos desenhos, como o sacrifício de Shiryu perante o cavaleiro de Capricórnio ou a épica luta entre Shaka de Virgem e Ikki.
Enquanto as partes das escadarias soam como enrolação, as lutas contra os cavaleiros de ouro são bastante divertidas. Cada um deles possui poderes únicos e pontos fracos que devem ser explorados com cautela. Tudo bem que no final das contas a estratégia sempre será usar o “sétimo sentido” quando o adversário atacar e pegá-lo desprevenido, mas a diferença entre os poderes e insistência de alguns cavaleiros realmente traz um desafio interessante.
Seguindo a história, você joga cada vez com um cavaleiro de bronze diferente. E essa é a única desculpa para os cenários das escadarias – que dá a oportunidade de você aprender ou relembrar os golpes de cada um. Fora isso, é triste ver que de 300 inimigos que você derrota no caminho de cada casa do santuáriom, só existem dois tipos de personagens. É repetitivo e sem graça.
As habilidades especiais dos cavaleiros se resume a estourar o sétimo sentido e usar os ataques especiais conhecidos dos desenhos, como “meteoro de pegasus” e “corrente de Andrômeda”. Esses ataques utilizam uma barra azul que fica abaixo da barra de vida. A barra de cosmo, como é chamada, pode ser preenchida ao atacar adversários, recolher alguns itens que aparecem no cenário ou ao segurar o botão R1.
Estourar o sétimo sentido deixa os movimentos do adversário em câmera lenta enquanto você se movimenta normalmente, além de aumentar temporariamente seu ataque, defesa e cosmo. Outra forma de causar bastante dano nos adversários é usar um ataque “big bang”, mais raro por necessitar de uma barra especial que se completa de tempo em tempo.
Os combos utilizando os botões quadrado e triângulo até podem ser usados antes dos golpes especiais para fortalecer ainda mais o dano, mas uma pena que eles não funcionam de forma natural como em God of War, por exemplo. Aliás, o combate deixa muito a desejar por não ser tão satisfatório. A Namco teve algumas boas ideias, mas a impressão é que elas ficaram barradas nas limitações técnicas e criativas de um estilo de jogo já pré-determinado. Seria incrível se o sistema de luta pegasse emprestado elementos de Batman: Arkham City, por exemplo.
Os visuais são uma mistura de cell shading com 3D, algo já bastante comum em jogos de desenhos animados. Mas a qualidade geral dos personagens e cenários não condiz com o poder gráfico do PlayStation 3. O game se passa facilmente por um remake em alta definição de um jogo para PS2, como aconteceu com Metal Gear, God of War entre outros.
Após aproximadamente oito horas de jogo, você termina a saga das 12 casas. Depois, há bastante conteúdo para explorar já que um modo missão permite jogar com todos os cavaleiros de ouro. Nem precisamos dizer o quão divertido é fazer isso.
Se dissermos que não gostamos de Os Cavaleiros do Zodíaco – Batalha do Santuário, estaremos mentindo. Mas é preciso ressaltar que o jogo não é brilhante – aliás, passa longe disso. Ele diverte por relembrar momentos clássicos da infância de muitos jogadores que hoje têm mais de 20 anos e acompanharam a série quando crianças. Mas é preciso estar ciente que, como jogo, ele tem problemas graves e limitações criativas. Recomendado para fãs, mas não esperem muita coisa.


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